quarta-feira, 24 de junho de 2009

Auto-Engano, de Eduardo Giannetti

"Quem somos? Por que acreditamos no que acreditamos? O que afinal sabemos sobre nós mesmos?"


Estas são as perguntas que abrem o livro Auto-Engano, de autoria de Eduardo Giannetti, São Paulo, Companhia das Letras, 1997.

O autor analisa a questão do auto-engano, das mentiras que contamos a nós mesmos, a partir de quatro ângulos distintos e complementares:

1) O que é o auto-engano e no que ele difere da ação de enganar o outro?

2) Por que o autoconhecimento é um desafio tão difícil para o ser humano e quais as motivações básicas alimentando a nossa propensão espontânea para o auto-engano?

3) Como é possível para uma mesma pessoa enganar-se a si própria? Como nos desincumbimos de proezas como crer no que não cremos, mentir para nós mesmos e acreditar na mentira ou remar de costas rumo a um objetivo?

4) Qual o lugar e o valor do auto-engano na vida prática, tanto sob a ótica dos projetos, desejos e aspirações de cada indivíduo em particular, como na perspectiva mais ampla da nossa convivência em sociedade complexas?

Escolhi alguns trechos deste livro que li com muito interesse, para servir como uma isca para futuros leitores.

"A arte do engano - é parte expressiva do arsenal de sobrevivência e reprodução do mundo natural".

"A análise da arte do engano no mundo natural revela que o repertório ilusionista gravita ao redor de dois estratagemas básicos. Há o engano por ocultamento, que se baseia em ardis de camuflagem, mimetismo e dissimulação; e há o engano por desinformação ativa, baseado em práticas como o blefe, o logro e a manipulação da atenção".

"Os limites da racionalidade fria e o valor positivo do auto-engano aparecem também com clareza em situações agudas de adversidade. O dom de mentir com sucesso para si mesmo pode ajudar a manter a chama da vida acesa nos momentos em que a sobrevivência está por um fio.

"A familiaridade cega".

"O fulcro do auto-engano não está no esforço de cada um em parecer o que não é. Ele reside na capacidade que temos de sentir e de acreditar de boa-fé que somos o que não somos."

Eduardo Gianetti nasceu em Belo Horizonte, em 1957. É economista, cientista social e filósofo. Professor do Ibmec - Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais São Paulo, PhD pela Universidade de Cambridge e Membro do Conselho Superior de Economia da Fiesp. Autor de numerosos artigos e livros. Seus livros: "Beliefs in action" (Cambridge University Press, 1991), "Vícios privados, benefícios públicos?" (Cia. das Letras, 1993), "Auto-engano" (Cia. das Letras, 1997), "Felicidade" (Cia. das Letras, 2002), "O Valor do Amanhã" (Cia. das Letras, 2005), "O Livro das Citações - Um breviário de idéias replicantes", (Cia. das Letras, 2008).

VÍDEOS E ENTREVISTAS:

Cigarras e Formigas. Série apresentada no programa Fantástico, baseada no livro "O Valor do Amanhã." Para ver clique AQUI.

Crise mostra que as pessoas caminham sobre abismo. Entrevista para a Folha de S. Paulo. Para ver clique AQUI.

Convidado do "Sempre Um Papo", na TV Câmara, falando sobre o livro, "O Valor do Amanhã". Para ver clique AQUI.




6 comentários:

Anônimo disse...

Sonia,

nota 10 com louvor!

Ficou lindão!

Parabéns! Às vezes, melhor do que um NOVO blog, é uma boa reforma!

Bjs

Maria Augusta disse...

Sonia, este tema é muito interessante. Mentir a nós mesmos para enfrentar situações pode ser perigoso, mas às vezes ajuda a ultrapassar uma situação difícil. E como ele diz, estes auto-enganos muitas vezes não são conscientes, podem ser uma idealização, as pessoas pensando ser o que elas gostariam, e não o que são na realidade. Mas a realidade às vezes também é relativa, não é mesmo?
Beijos e parabéns pela postagem, deu vontade de ler o livro. Bom fim de semana!

Elma Carneiro disse...

Concordo com a opinião de Maria Augusta.
O pior do auto engano é depois ter que enfrentar nós mesmos cara a cara. Aí não tem fuga.
Ótima a sugestão de leitura, gosto muito de ler sobre estas questões que abordam nosso comportamento.
Seu blog está lindo.
Recebi um e-mail vindo do Top Blog, me certificando que o Caliandra do Cerrado havia sido indicado para esse concurso.
Simplesmente aceitei e fiz o registro.
Obrigada pelo voto.
Beijo e bom final de semana

Leandro Souza disse...

Sonia, passei por aqui! muito boa dica. Conheço o Eduardo dos meus tempos de faculdade de economia. Aproveitei para assistir os videos que recomendou dele, muito bons!

ricardo blauth disse...

alo Sonia

acabei de ler e encher o livro de anotações.

abraços

Unknown disse...

Apenas uma correção bibliográfica: O livro não é de 1997, ao invés de 1977, como publicado?

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