terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"O Quarteto de Alexandria"




Participação na blogagem coletiva "O Livro da Minha Vida". Para ver outros participantes, clique em Fio de Ariadne.


São muitos os livros da minha vida! Mas existe um, que na verdade são quatro, que até hoje releio e ainda me apaixonam. Na verdade já perdi a conta das inúmeras vezes em que reli "O Quarteto de Alexandria". Li o Quarteto na década de sessenta em tradução portuguesa, editado pela Ulisseia, uma das mais importantes editoras portuguesas das décadas de 50 e 60. Emprestei os meus quatro livrinhos e eles nunca mais voltaram para casa... Comprei então outros, da mesma Editora Ulisseia, mas sinto até hoje saudades daqueles pequenos volumes de capas coloridas, onde fiz a lápis cuidadosas anotações na borda das páginas.

O Quarteto de Alexandria é um extraordinário romance publicado nos anos sessenta do último século, escrito por um autor inglês nascido na Índia, Lawrence Durrell. São quatro livros, nesta ordem, Justine, Balthazar, Mountolive e Clea. A história vai se ampliando e a narrativa é contada através dos olhos destas quatro personagens, nos oferecendo uma maravilhosa visão prismática da realidade.
Selecionei aqui um trecho de um texto do escritor Moacyr Scliar a respeito do "O Quarteto de Alexandria", que merece ser lido:
O romancista, poeta, dramaturgo e ensaísta Lawrence George Durrell (1912-1990) foi um inglês nascido na Índia colonial. No seu tratamento de paixões extremadas, Durrell guarda afinidade com o americano Henry Miller (ainda que seja menos direto do que Miller em matéria de sexo). Durante a II Guerra Mundial, Durrell trabalhou para a embaixada britânica de Alexandria, no Egito. Ali encontrou Yvette Cohen, que seria sua mulher – e que foi o modelo para a personagem que dá título a Justine, primeiro romance da tetralogia, publicado em 1957. Seguiram-se Balthazar (1958), Mountolive (1959) e Clea (1960). O Quarteto conjuga numerosas influências, da filosofia budista – com a qual Durrell se familiarizou na Índia – às idéias de Freud e Einstein. Mas a obra é sobretudo, nas palavras do próprio autor, uma "investigação do amor moderno". A ação transcorre durante a II Guerra Mundial e nos anos que a precedem. Alexandria é mais que um cenário: a cosmopolita cidade funciona quase como personagem, um lugar de beleza, mistério – e também de miséria. Do ponto de vista estilístico, a grande inovação de Durrell é o jogo com o foco narrativo. Os três primeiros livros narram basicamente a mesma história, remontada e revista a partir de diferentes pontos de vista. No primeiro livro, o protagonista e narrador é Darley, jovem candidato a escritor que tem um duplo caso: com a bela e fogosa Justine, uma judia casada com o rico negociante copta Nessim, e com Melissa, dançarina de cabaré. A ligação entre Justine e seu amante é um jogo narcísico, uma paixão perigosa que só pode acabar em desastre. Nos dois livros seguintes, a história é iluminada com a perspectiva de outros personagens – o médico e cabalista Balthazar e David Mountolive, o influente embaixador britânico no Egito. Clea funciona como uma espécie de síntese, na qual os aspectos obscuros dos romances anteriores são esclarecidos quando Darley retorna a Alexandria depois de anos isolado em uma ilha. (...) com uma exímia técnica narrativa, Lawrence Durrell retratou as paixões mais violentas de uma forma que ainda hoje conserva sua provocante originalidade.


Reuni nestes posts de meu blog principal Leaves of Grass, fotos da minha grande paixão e da paixão de muitos blogueiros amigos. Para ver as estantes de livros, basta clicar nestes links:

http://leavesgrass.blogspot.com/2007/04/books-books-and-books.html

http://leavesgrass.blogspot.com/2007/05/many-books-together.html

http://leavesgrass.blogspot.com/2007/06/two-news-participants-on-bookshelves.html



14 comentários:

Vanessa Anacleto disse...

Oi Sônia, bela participação, eu não conhecia estes livros. obrigada pela dica.

Vou atualizar seu blog na lista agora.

Abraço

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Sonia, ele esqueceu de mim, em 1961 eu nasci, rs.
Desculpa a brincadeira. Adorei a sua indicacao. Mas eu nunca ouvi falar apesar de ler muita coisa. Deve ser um livro super interessante. Pela narrativa que você colocou aqui feita pelo Moacyr Scliar me lembrou um pouco Simone Beauvoir.

Você gostaria de falar sobre esses livros novamente lá no meu outro blog de livros?


http://www.elasestaolendo.blogspot.com/

Passe por lá para me confirmar.

Um beijo e adorei te conhecer mais um pouquinho.

Maria Augusta disse...

Sonia, lendo este teu post me deu uma vontade doida de ler estes livros, vou procura-los na Internet e por aqui.
Parabéns pelo post e um grande beijo.

O Lacombe disse...

Oi Sonia,
que bom saber de livros que nao conhecemos.
Incrivel, mas quase coloquei em meu post a passagem que voce citou em seu comentario!!!
Grande beijo

Anônimo disse...

Sonia, você disse que emprestou os quatro livrinhos e eles nunca mais voltaram. Parece uma regra, mas há muitos anos emprestei um livro para um amigo. De estimação, o livro. Um ano se passou. Considerava-o como perdido para sempre (também anotadinho etc). Mas um dia, para surpresa minha o "emprestando" me devolveu o livro e ainda me agradeceu pelo bem que a leitura tinha feito na vida dele...
Uma abraço.

Maria Augusta disse...

Sonia, obrigada pela pesquisa tão completa, acho que vou pedir pela Amazon, onde já somos clientes, sempre chega rapidinho.
Teu "Leituras" já está linkado lá no "Jardin"...
Beijos.

Anônimo disse...

Sônia, sabe que todos os livros que emprestei, nunca mais voltaram? Agora só empresto aqueles que quero doar! (rs*)

Sabe também que conheço um blogue com o nome dos seus livrinhos e a autora: Justine!

Vi que na livraria "Travessa" dispõe dos exemplares e depois conto o que achei. Nesta blogagem já é o segundo livro que encomendo!

Boa blogagem! Beijus

Cristiane Marino disse...

Oi Sônia!!!

Linda tua participação. Não conheço esses livros, mas fiquei inclinada a conhecê-los.

Sucesso, beijos
Cris

Cris disse...

Estava com saudades de fazer uma LEITURA de algo seu, como é bom. Beijocas

OldLady Of The Hills disse...

I am somewhat familiar with this book--Though, I never read it...(It seems to me some of it was made into a film at some time---maybe never released; I will have to look that up...!
I love your writing about this particular book Sonia. Your literary tastes are so very varied!

Carraol disse...

Hi Sonia, congratulations for this new blog, I love the Quartet and of course the readings of H. Miller, one of my all time favorite writers, and came to me some quotes from Plexus (sorry in spanish) : "Comprende vaga y debilmente que para volver a entrar en el mundo misterioso del que salio se necesitan otros ojos" and "En nosotros el angel tiene sueño ligero, listo ante el menor temblor para tomar el mando. Solo las vigilias solitarias nos restablecen. Solo cuando estamos cruelmente separados comunicamos unos con otros".
Abraços.

Justine disse...

Sonia se esse livro faz parte da sua vida, faz parte da minha tb sem ter lido o seu blog, já usava o codinome de Justine sem te conhecer já te adoro rsrsrsrssr

sonia a. mascaro disse...

Justine, vi no seu Perfil que você não tem um blog... Realmente Justine é a personagem mas fascinante do Quarteto. Balthasar também é muito especial.
Obrigada pelo seu comentário.

Não sei se você sabe, mas tenho um outro blog que estava "em férias", mas agora voltou à ativa. É o Leaves of Grass. O link AQUI, caso queira me visitar.
Um abraço.

Anônimo disse...

Aprendi muito

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